quarta-feira, 12 de junho de 2013

Hoje avental, amanhã luva”, Machado de Assis."
Júlia Cantanhede 

Fantástica! Assim descrevo a leitura cênica de quarta-feira, 05/06/2013. Uma noite em que tudo estava de acordo; a atuação brilhante do professor Augusto foi o ponto alto da noite; Os atores estavam tão bem entrosados que quase dançavam no palco uma valsa milimetricamente ensaiada.
O texto de ‘Hoje avental, amanhã luva’, para os mais jovens na leitura de Machado, pode causar um certo estranhamento devido à linguagem. Quem lê somente o texto, desatento, não consegue captar a comicidade desse autor, pois geralmente é na suavidade cômica e na ironia velada que a obra de Machado é pautada; por tal motivo, a leitura cênica da peça nos emocionou, pois conseguiu transformar o texto machadiano  em algo extremamente cômico, sem cair no pastelão.
A peça tem base a história de Durval indo ao encontro de Sofia, ama de Rosinha, para saber se aquela  ainda o amava. Mas, galanteador como é, não resiste e joga charme pra cima da criada, que outrora caíra nesse galanteios. Comum nos romances machadianos, Rosinha é uma mulher cheia de personalidade e muito astuta, que apesar de não ser igual nos traços da personalidade, possui marcas de semelhança com Helena, Capitu e,principalmente, com Guiomar. Rosinha no decorrer da peça ‘convence’ Durval a desistir de Sofia para ficar com ela.
O cenário estava bem fiel ao texto. E a interação com o público foi marcada, principalmente, pelas ‘notas de rodapé’, recurso que o diretor Augusto sabiamente introduziu para quebrar o distanciamento com a plateia.
A única crítica seria com relação à fusão dos personagens Durval e Bento. Ainda que em uma cena terem se dissociado, e Bento ter surgido com todo aquele tom arlequinal , ficou um pouco confuso para entender.

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