Hoje
avental, amanhã luva”, Machado de Assis."
Júlia Cantanhede
Fantástica!
Assim descrevo a leitura cênica de quarta-feira, 05/06/2013. Uma noite em que
tudo estava de acordo; a atuação brilhante do professor Augusto foi o ponto
alto da noite; Os atores estavam tão bem entrosados que quase dançavam no palco
uma valsa milimetricamente ensaiada.
O
texto de ‘Hoje avental, amanhã luva’, para os mais jovens na leitura de
Machado, pode causar um certo estranhamento devido à linguagem. Quem lê somente
o texto, desatento, não consegue captar a comicidade desse autor, pois geralmente
é na suavidade cômica e na ironia velada que a obra de Machado é pautada; por
tal motivo, a leitura cênica da peça nos emocionou, pois conseguiu transformar o
texto machadiano em algo extremamente
cômico, sem cair no pastelão.
A
peça tem base a história de Durval indo ao encontro de Sofia, ama de Rosinha,
para saber se aquela ainda o amava. Mas,
galanteador como é, não resiste e joga charme pra cima da criada, que outrora
caíra nesse galanteios. Comum nos romances machadianos, Rosinha é uma mulher
cheia de personalidade e muito astuta, que apesar de não ser igual nos traços
da personalidade, possui marcas de semelhança com Helena, Capitu e,principalmente,
com Guiomar. Rosinha no decorrer da peça ‘convence’ Durval a desistir de Sofia
para ficar com ela.
O
cenário estava bem fiel ao texto. E a interação com o público foi marcada,
principalmente, pelas ‘notas de rodapé’, recurso que o diretor Augusto
sabiamente introduziu para quebrar o distanciamento com a plateia.
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